Hollywood nunca viveu um momento em que grandes companhias de entretenimento estão sendo vendidas para outros grupos ou estúdios, como está acontecendo agora. São negócios de bilhões de dólares, mudando definitivamente a cara da clássica Hollywood para algo que, segundo especialistas no assunto, está sendo moldada para o futuro.

A mais nova movimentação é saber quem vai colocar alguns bilhões de dólares para levar o acervo, o conteúdo e futuros projetos de cinema e TV (leia-se streaming), da WarnerBros.Discovery. Ironicamente, toda essa movimentação começou com a compra pela AT&T, uma das grandes corporações de telecomunicação do mundo, da Time-Warner, em 2018. A Time-Warner era responsável pela HBO, TNT, DC Comics e a Warner Bros, o centenário estúdio de cinema, pela assustadora quantia de 85 Bilhões de dólares. A nova companhia foi batizada de WarnerMedia.

Em 2019, impulsionada sabe lá Deus porque, a Disney Company arrebata da 20th Century Fox por quase 72 bilhões de dólares, ficando com todos os ativos de cinema e televisão. Essa jogada foi decisiva para que no ano seguinte, o estúdio do camundongo Mickey decidisse criar seu próprio canal streaming para não ter que ficar dependente de outros canais, como a Netflix.

Enquanto isso, a Amazon decidiu ampliar na área de atuação de seu canal streaming Prime Video, comprando os estúdios da MGM. Aquele que já foi o maior estúdio de Hollywood entre os anos 30 e 50, foi vendido por 8,5 bilhões de dólares em 2022. Várias séries como Robin Hood e Fallout estão sendo produzidas nos lendários estúdios.

Também em 2022, o grupo Discovery decidiu comprar a WarnerMedia e colocou na mesa 43 bilhões pela empresa para a AT&T. Segundo rumores que circularam na época, o motiva da corporação de telecomunicação abrir mão da nova empresa é a falta de jogo de cintura para lidar com a produção de conteúdo, seja no cinema como na televisão. O Discovery, por sua vez, não pestanejou e comprou a WarnerMedia, batizando a nova companhia de WarnerBros.Discovery.

Esse ano, a novidade aconteceu em agosto, quando a Skydance, que pertence ao grupo Oracle, comprou a Paramount por 8 bilhões de dólares. Os ativos da nova empresa, Paramount Skydance Corporation, incluem a Paramount Pictures, os canais streamings Paramount_ e PlutoTV, a rede CBS, os canais por assinatura MTV, Nickelodeon, Comedy Central, Showtime e BET. Os conteúdos serão distribuídos internacionalmente pela Paramount Global Content Distribution.

É exatamente essa nova companhia WarnerBros.Discovery, que não tem mais do que 3 anos de vida, voltou à primeira página dos principais jornais de mercado como o Variety e The Hollywood Reporter, além do The New York Times. Assediada por várias empresas como a Netflix, Paramount e a Comcast, que é dona da Universal, a WBD decidiu se colocar à venda pela melhor oferta.

A notícia sobre a licitação entre essas três grandes empresas de conteúdo, surgiu na quinta-feira, com uma discussão intensa sobre a nova cara de Hollywood após o martelo ser batido para um dos três competidores. É um momento delicado na produção de conteúdo, já que há uma grande discussão de como a Inteligência Artificial poderá mudar essa produção e de como isso afetará uma radical mudança nos hábitos de consumo do público.

O processo de negociação deve ser concluído até o final desse ano. Analistas do mercado indicam que a empresa que tem mais chance de levar a WBD é a Paramount. Somente ela tem a capacidade de absorver toda a Paramount, além de um trunfo político: o CEO David Ellison é filho de Larry Ellison, cofundador da Oracle e uma das pessoas mais ricas do mundo. Ellison é um fervoroso apoiador do presidente Trump, o que pode facilitar o caminho da empresa pelo processo regulatório.

Segundo informações nos bastidores dessa negociação, a Paramount já ofereceu pela WarnerBros.Discovery mais de 60 bilhões de dólares. As próximas semanas serão decisivas para saber o que vai mudar em Hollywood após o bater do martelo.