Produção em Alta no Max Minas 2019

A abertura oficial da MAX – Minas Gerais Audiovisual Expo, em Belo Horizonte, foi marcada pelas referências à representatividade do setor dentro do contexto econômico brasileiro.

publicado por PAULO GUSTAVO PEREIRA em 29/11/2019 11:13:00

Para muitos, quando se fala em Minas Gerais para cinema e televisão, a Chapada da Diamantina cresce como cenário para qualquer trama. Por mais, obvio que pareça, Minas Gerais é muito mais do que isso, especialmente quando é sede de um dos mais importantes eventos que promove o encontro entre idealizadores, produtores e exibidores de conteúdo audiovisual como vem acontecendo há quatro anos no Max – Minas Gerais Audiovisual Expo.


Abrindo, pela primeira vez, as dependências da entidade para essa edição do evento, o superintendente do SEBRAE MG, Afonso Maria Rocha, destacou o “prazer em fazer história trabalhando para esse setor”. Rodrigo Silva Fernandes, presidente do Sindicato dos Proprietários de Jornais e Similares Estado de Minas Gerais e da Câmara da Indústria da Comunicação e Audiovisual da FIEMG, afirmou que participa “com entusiasmo da MAX, evento de fomento do setor de audiovisual, com rodadas de negócios que são referências ao estabelecer o contato entre produtores e players”. Por sua vez, Ricardo Righi de Toledo, diretor de fomento à Indústria de Alta Tecnologia da CODEMGE – Companha de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais, promotora da MAX, reforçou o objetivo da entidade em estimular a indústria criativa. Toledo destacou que mais de R$ 7 milhões foram investidos pela Companhia nas quatro edições do evento, afirmando que “nosso foco é o desenvolvimento sustentável de negócios”. Finalizando os discursos, Bernardo Brandão, Secretário Adjunto de Cultura e Turismo de Minas Gerais, abordou as políticas públicas de apoio ao audiovisual e a importância do setor para diversificar a economia do estado, assim como a contribuição do evento para alcançar esse objetivo. “A MAX entendeu, atendeu, está avançando e fazendo pelo setor de audiovisual”, acrescentou o secretário de estado.

O público, que lotou as dependências do auditório do SEBRAE MG, foi brindado por uma apresentação inédita da Orquestra Câmara SESI Minas executando um repertório composto por trilhas de grandes clássicos cinematográficos, como Dançando na Chuva, A Noviça Rebelde, Perfume de Mulher, Titanic, Stars Wars, A Pantera Cor de Rosa e O Poderoso Chefão, entre outras.

 

PRODUTORES DE DIVERSOS ESTADOS REVELAM CONFIANÇA NA APRESENTAÇÃO AOS PLAYERS

As discussões sobre o conteúdo audivisual.

 

Um clima de expectativa e confiança marcou o primeiro dia de apresentação dos projetos selecionados para a rodada de negócios da Max 2019 que, nesta edição, contabilizou 319 propostas de 13 estados brasileiros. Maria Elisa Medeiros, da produtora mineira Postura Digital, trouxe para o evento duas propostas de longa metragens infantis, um para distribuição e outros para realização, na busca de oportunidades de produção e distribuição, inclusive internacional, através da participação no evento. Segundo ela, “eventos como a MAX são importantes para colocar Minas Gerais no cenário nacional, pois temos aqui players do Brasil inteiro. Trazer essa turma para cá ajuda para profissionalizar e fomentar o mercado”.

A paranaense Diana Moro, apresentou uma proposta de em sua primeira participação na MAX e se disse surpreendida por ser selecionada por players que há tempos tentava acessar. Com três filmes no último festival de Brasília, a produtora considera a MAX “ótima, principalmente até por ser fora do eixo, até o tratamento é diferente, possibilitando a experiência de trocar ideias e conhecer melhor o mercado, como a palestra da Netflix muito mais próxima, sem a pompa e circunstância de grandes eventos de São Paulo e Rio. Isso é muito bacana”.

Tiago Cordeiro, de São Paulo, conseguiu que cinco de seus projetos fossem selecionados para apresentação na rodada de negócios – dois longas-metragens e três séries não-ficção – e se diz impressionado com a infraestrutura oferecida pela MAX. “Gostei muito, não conhecia o evento, super organizado, diferente, precisava de iniciativas similares em outros estados”, avalia.

A baiana Katy Souza, que apresentou propostas para séries e filmes documentais, além de dois produtos prontos para licenciamento, destaca a importância da ocupação da mulher no mercado audiovisual e também da presença negra no segmento. Em sua quarta participação, a produtora é só elogios: “sempre gostei do evento, é um dos que o que eu mais gosto do setor pela organização e proximidade que você tem com os players”.

  

PRODUÇÕES REGIONAIS COM NARRATIVAS GLOBAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS FORAM DEBATIDAS NO PRIMEIRO DIA DA MAX

Maria Angela de Jesus, da Netflix.

 

A abertura oficial da MAX – Minas Gerais Audiovisual Expo, na sede do SEBRAE MG, em Belo Horizonte, contou com a presença da Diretora de Produções Internacionais da Netflix no Brasil, Maria Angela de Jesus, que falou aos participantes sobre as estratégias no mercado brasileiro, os caminhos para um conteúdo chegar à Netflix e o relacionamento da empresa com o mercado nacional.

Segundo a executiva, a empresa procura narrativas que criem empatia e agreguem emoção aos assinantes. “Esse é um dos fatores que faz com que estejamos dando preferência à participação de eventos fora do eixo Rio-São Paulo, na busca de refletir a diversidade cultural do país”, conta. Maria Angela explica que a Netflix atende a 190 países e que, dessa forma, a escolha das produções busca boas histórias e retratos culturais regionais com apelo global.

Os debates conduzidos por Belisário Franca (Giros Filmes), Mariana Oliva (Maria Farinha Filmes) e Maurício Magalhães (Giros Filmes) mostraram que as temáticas regionais são, muitas vezes, importantes retratos de cenários que são discutidos mundialmente. Outro ponto reforçado é que esse setor, cada vez mais, se afirma como indústria em busca da regulamentação adequada para atingir competitividade.

As discussões da tarde abordaram as políticas públicas, os avanços e desafios voltados ao setor. A MAX recebeu Luiz Maurício de Araújo Navarro (Ministério da Economia), que participou da mesa de debates com representantes do SINDAV, da BRAVI e do SICAV. As entidades representantes do setor apresentaram os números de participação do audiovisual no PIB (0, 46%, à frente de indústrias como a farmacêutica, têxtil e papel e celulose, por exemplo), que gera 300 mil empregos e demanda por políticas públicas e estabilidade para crescer de forma competitiva. Em resposta, Navarro falou sobre os esforços do Ministério da Economia para prover a este e a outros segmentos as melhores condições de produção e competitividade.

Para debater as políticas públicas regionais, a MAX contou com a presença de Cesar Piva (Polo Audiovisual da Zona da Mata), Gabriel Portela (Secretaria de Cultura de Belo Horizonte), Marcelo Braga (Codemge), Rute Assis (Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais) e Mauro Garcia (BRAVI), que mostraram os avanços dos polos produtivos de cultura e economia criativa e ressaltaram a importância de se ampliar as políticas de fomento às cidades fora dos polos já estabelecidos.

O evento contou, ainda, com o painel Encontro de Líderes: uma agenda para 2020, com mulheres membros da Frente Parlamentar do Audiovisual, da Frente Nacional dos Produtores e da FAMES (Fórum Audiovisual de Minas Gerais, Espírito Santo e Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio grande do Sul), trocando experiências sobre suas atuações voltadas ao fomento e imagem do setor e discutindo sobre os caminhos das legislações vigentes, prioridades e desafios futuros para a sustentabilidade dessa indústria.  

Segundo Marcelo Braga de Freitas, Gerente de Fomento e Incentivo da CODEMGE, realizadora do evento, “a Max tem como objetivo fomentar negócios no setor audiovisual em todas as etapas da cadeia produtiva. Dessa forma, revela-se como uma importante ferramenta para o incremento dos investimentos e aumento das oportunidades comerciais e criativas para todos os participantes”, diz o gestor.    

 

 

 


Tags :

© Copyright BestTV 2024