Produção em Alta no Max Minas 2019
A abertura oficial da MAX – Minas Gerais Audiovisual Expo, em Belo Horizonte, foi marcada pelas referências à representatividade do setor dentro do contexto econômico brasileiro.
Para muitos, quando se fala em Minas Gerais para cinema e televisão, a Chapada da Diamantina cresce como cenário para qualquer trama. Por mais, obvio que pareça, Minas Gerais é muito mais do que isso, especialmente quando é sede de um dos mais importantes eventos que promove o encontro entre idealizadores, produtores e exibidores de conteúdo audiovisual como vem acontecendo há quatro anos no Max – Minas Gerais Audiovisual Expo.
Abrindo, pela primeira vez, as dependências da entidade para
essa edição do evento, o superintendente do SEBRAE MG, Afonso Maria Rocha,
destacou o “prazer em fazer história trabalhando para esse setor”. Rodrigo
Silva Fernandes, presidente do Sindicato dos Proprietários de Jornais e
Similares Estado de Minas Gerais e da Câmara da Indústria da Comunicação e
Audiovisual da FIEMG, afirmou que participa “com entusiasmo da MAX, evento de
fomento do setor de audiovisual, com rodadas de negócios que são referências ao
estabelecer o contato entre produtores e players”. Por sua vez, Ricardo Righi
de Toledo, diretor de fomento à Indústria de Alta Tecnologia da CODEMGE –
Companha de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais, promotora da MAX,
reforçou o objetivo da entidade em estimular a indústria criativa. Toledo
destacou que mais de R$ 7 milhões foram investidos pela Companhia nas quatro
edições do evento, afirmando que “nosso foco é o desenvolvimento sustentável de
negócios”. Finalizando os discursos, Bernardo Brandão, Secretário Adjunto de
Cultura e Turismo de Minas Gerais, abordou as políticas públicas de apoio ao
audiovisual e a importância do setor para diversificar a economia do estado,
assim como a contribuição do evento para alcançar esse objetivo. “A MAX
entendeu, atendeu, está avançando e fazendo pelo setor de audiovisual”,
acrescentou o secretário de estado.
O público, que lotou as dependências do auditório do SEBRAE
MG, foi brindado por uma apresentação inédita da Orquestra Câmara SESI Minas
executando um repertório composto por trilhas de grandes clássicos
cinematográficos, como Dançando na Chuva, A Noviça Rebelde, Perfume de Mulher,
Titanic, Stars Wars, A Pantera Cor de Rosa e O Poderoso Chefão, entre outras.
PRODUTORES DE DIVERSOS ESTADOS REVELAM CONFIANÇA NA APRESENTAÇÃO AOS PLAYERS
As discussões sobre o conteúdo audivisual.
Um clima de expectativa e confiança marcou o primeiro dia de
apresentação dos projetos selecionados para a rodada de negócios da Max 2019
que, nesta edição, contabilizou 319 propostas de 13 estados brasileiros. Maria
Elisa Medeiros, da produtora mineira Postura Digital, trouxe para o evento duas
propostas de longa metragens infantis, um para distribuição e outros para
realização, na busca de oportunidades de produção e distribuição, inclusive
internacional, através da participação no evento. Segundo ela, “eventos como a
MAX são importantes para colocar Minas Gerais no cenário nacional, pois temos aqui
players do Brasil inteiro. Trazer essa turma para cá ajuda para
profissionalizar e fomentar o mercado”.
A paranaense Diana Moro, apresentou uma proposta de em sua
primeira participação na MAX e se disse surpreendida por ser selecionada por
players que há tempos tentava acessar. Com três filmes no último festival de
Brasília, a produtora considera a MAX “ótima, principalmente até por ser fora
do eixo, até o tratamento é diferente, possibilitando a experiência de trocar
ideias e conhecer melhor o mercado, como a palestra da Netflix muito mais
próxima, sem a pompa e circunstância de grandes eventos de São Paulo e Rio.
Isso é muito bacana”.
Tiago Cordeiro, de São Paulo, conseguiu que cinco de seus
projetos fossem selecionados para apresentação na rodada de negócios – dois
longas-metragens e três séries não-ficção – e se diz impressionado com a
infraestrutura oferecida pela MAX. “Gostei muito, não conhecia o evento, super
organizado, diferente, precisava de iniciativas similares em outros estados”,
avalia.
A baiana Katy Souza, que apresentou propostas para séries e
filmes documentais, além de dois produtos prontos para licenciamento, destaca a
importância da ocupação da mulher no mercado audiovisual e também da presença
negra no segmento. Em sua quarta participação, a produtora é só elogios:
“sempre gostei do evento, é um dos que o que eu mais gosto do setor pela
organização e proximidade que você tem com os players”.
PRODUÇÕES REGIONAIS COM NARRATIVAS GLOBAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS FORAM DEBATIDAS NO PRIMEIRO DIA DA MAX
Maria Angela de Jesus, da Netflix.
A abertura oficial da MAX – Minas Gerais Audiovisual Expo,
na sede do SEBRAE MG, em Belo Horizonte, contou com a presença da Diretora de
Produções Internacionais da Netflix no Brasil, Maria Angela de Jesus, que falou
aos participantes sobre as estratégias no mercado brasileiro, os caminhos para
um conteúdo chegar à Netflix e o relacionamento da empresa com o mercado
nacional.
Segundo a executiva, a empresa procura narrativas que criem
empatia e agreguem emoção aos assinantes. “Esse é um dos fatores que faz com
que estejamos dando preferência à participação de eventos fora do eixo Rio-São
Paulo, na busca de refletir a diversidade cultural do país”, conta. Maria
Angela explica que a Netflix atende a 190 países e que, dessa forma, a escolha
das produções busca boas histórias e retratos culturais regionais com apelo
global.
Os debates conduzidos por Belisário Franca (Giros Filmes),
Mariana Oliva (Maria Farinha Filmes) e Maurício Magalhães (Giros Filmes)
mostraram que as temáticas regionais são, muitas vezes, importantes retratos de
cenários que são discutidos mundialmente. Outro ponto reforçado é que esse
setor, cada vez mais, se afirma como indústria em busca da regulamentação
adequada para atingir competitividade.
As discussões da tarde abordaram as políticas públicas, os
avanços e desafios voltados ao setor. A MAX recebeu Luiz Maurício de Araújo
Navarro (Ministério da Economia), que participou da mesa de debates com
representantes do SINDAV, da BRAVI e do SICAV. As entidades representantes do
setor apresentaram os números de participação do audiovisual no PIB (0, 46%, à
frente de indústrias como a farmacêutica, têxtil e papel e celulose, por
exemplo), que gera 300 mil empregos e demanda por políticas públicas e
estabilidade para crescer de forma competitiva. Em resposta, Navarro falou
sobre os esforços do Ministério da Economia para prover a este e a outros
segmentos as melhores condições de produção e competitividade.
Para debater as políticas públicas regionais, a MAX contou
com a presença de Cesar Piva (Polo Audiovisual da Zona da Mata), Gabriel
Portela (Secretaria de Cultura de Belo Horizonte), Marcelo Braga (Codemge),
Rute Assis (Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais) e Mauro
Garcia (BRAVI), que mostraram os avanços dos polos produtivos de cultura e
economia criativa e ressaltaram a importância de se ampliar as políticas de
fomento às cidades fora dos polos já estabelecidos.
O evento contou, ainda, com o painel Encontro de Líderes:
uma agenda para 2020, com mulheres membros da Frente Parlamentar do
Audiovisual, da Frente Nacional dos Produtores e da FAMES (Fórum Audiovisual de
Minas Gerais, Espírito Santo e Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio grande do
Sul), trocando experiências sobre suas atuações voltadas ao fomento e imagem do
setor e discutindo sobre os caminhos das legislações vigentes, prioridades e
desafios futuros para a sustentabilidade dessa indústria.
Segundo Marcelo Braga de Freitas, Gerente de Fomento e
Incentivo da CODEMGE, realizadora do evento, “a Max tem como objetivo fomentar
negócios no setor audiovisual em todas as etapas da cadeia produtiva. Dessa forma,
revela-se como uma importante ferramenta para o incremento dos investimentos e
aumento das oportunidades comerciais e criativas para todos os participantes”,
diz o gestor.
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