Quem diria que aquele garoto nascido no México, que foi para os Estados Unidos junto com a família, estudou no Colégio Spring Woods, na cidade texana de Houston, iria se transformar num dos grandes produtores e roteiristas de grandes sucessos da telinha e do cinema.

Assim começou a carreira de Roberto Gaston Orci, que assim que se formou, mudou-se para Los Angeles, onde conheceu seu grande amigo e parceiro de aventuras e fantasias na TV e no Cinema, Alex Kurztman. Orci faleceu nesta terça-feira, vítima de uma doença renal. Ele tinha 51 anos de idade.

Roberto Orci começou sua carreira de roteirista na produtora de Sam Raimi, quando foi contratado para trabalhar nas duas séries produzidas pela Renaissance Pictures: Xena – A Princesa Guerreira e Hércules – A Lendária Jornada, lançadas em 1995. Foi durante o trabalho nessas duas produções, que Orci se tornou amigo de Alex Kurztman. Ainda com Raimi, Orci fez o roteiro do segundo filme do Homem-Aranha, estrelado por Toby McGuire.

Juntos, fizeram parte da equipe de JJ Abrams que construiu o sucesso de espionagem e ação estrelado por Jennifer Garner, Alias – Codinome Perigo. A série foi exibida pela ABC, recebeu várias premiações ao longo de suas cinco temporadas, tanto do EMMY como do Globo de Ouro.

A parceria com JJ Abrams acabou levando ao roteiro do terceiro filme Missão: Impossível, estrelado por Tom Cruise, que se tornou um sucesso de bilheteria, reativando a franquia no cinema. Esse sucesso foi compartilhado quando a Paramount Pictures decidiu renovar a franquia Jornada nas Estrelas, com o trio formado por JJ Abrams, Roberto Orci e Alex Kurtzman. E em 2009, nascia o primeiro filme que iniciava uma nova Jornada nas Estrelas no cinema.

Orci também esteve envolvido na franquia cinematográfica dos Transformers, além de desenvolver várias produções para a televisão. Começando em 2010 com a versão moderna do clássico dos anos 60, Havaí 5-0, para a Rede CBS,onde também desenvolveu a série Scorpion – Serviços de Inteligência.

Para o canal Fox americano, Orci esteve nas séries Fringe: Fronteiras e A Lenda de Sleepy Hollow, trazendo para os dias de hoje, a figura sobrenatural do cavaleiro sem cabeça e seu principal inimigo. Fringe, por sua vez, deu duas indicações ao prêmio do Sindicato dos Roteiristas da América.

Mesmo com todos esses sucessos tanto no cinema como na TV, Roberto Orci resolveu abrir o jogo sobre sua intensa luta contra o alcoolismo. Uma luta que deixou sequelas irreparáveis. Seu irmão, JR Orci, disse que apesar de tudo, Bob era um contador de história visionário, com um coração sem limites e uma alma linda.

Roberto Orci partiu, suas obras e criações podem ser apreciadas, como uma singela homenagem ao criador de momentos especiais no cinema e na televisão.