Existe uma relação de interesses em relação a uma obra cinematográfica ou televisiva, entre o público e a crítica especializada. São poucos os exemplos onde a visão desses dois segmentos coincide. Hoje, contudo, a chegada dos canais streamings a distância entre esses dois grupos vem sutilmente aumentando. O motivo é simples: a medição da audiência de filmes ou séries tem sido a base para a continuidade de uma produção, especialmente se o público gosta e a crítica torce o nariz.

É claro que uma boa audiência é reflexo de uma boa produção, que tem um bom roteiro, um elenco que chama a atenção a cada episódio e, por fim, deixa o público querendo mais. Ao mesmo tempo, existem diversas produções que são aguardadas pelo público, mas acabam decepcionando.

Podemos começar com O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder. A segunda temporada começou com mais de um bilhão de minutos visualizados, segundo a Nielsen, a agência de pesquisas que vem trabalhando para, regularmente, ter um quadro geral da audiência entre os canais streamings. Os números, contudo, estão abaixo da estreia da primeira temporada em 2022 que, segundo analistas é resultado de uma história confusa com personagens sem sentido. E para piorar, a produção da segunda temporada com oito episódios, pode ter batido a cada dos 700 milhões de dólares, 300 milhões a mais do que foi gasto na primeira temporada. Dados não confirmados pela Amazon Studio.

Do lado da Disney, que ainda está apagando o incêndio gerado pela péssima repercussão da série Star Wars: O Acólito, os bons ventos da audiência conseguiram pegar a série baseada em personagens da Marvel, Agatha Desde Sempre, estrelada por Kathryn Hahn. O primeiro episódio alcançou 9,3 milhões de visualizações em 7 dias, segundo dados fornecidos pela Disney.

Quem também está comemorando sua audiência é o Max, com a série do Pinguim, baseado no personagem feito por Colin Farrell no filme The Batman, de 2022. A série mostra o Pinguim tentando conquistar um lugar de destaque no crime organizado de Gotham City. A série foi conquistando seu espaço, chegando a 1,8 milhão de espectadores na HBO e Max, em seu quinto episódio.

O que os analistas de audiência já perceberam é que o público fica motivado quando a história do filme ou da série, tem começo, meio e fim. Isso quer dizer que o público pode ficar na frente do dispositivo em que vai ver a produção, desde que ela seja no mínimo, interessante. Ela pode ser baseada num best seller, num gibi ou uma nova leitura de uma obra do passado.

Veja o resultado de obras como A Maldição da Mansão Hill, a nova versão de Perdidos no Espaço, e O Mandaloriano. Todas foram escritas por roteiristas que gostam dessas obras e souberam exatamente o que faz com elas para atrair a nova geração de fãs de filmes e séries. O sucesso vem naturalmente...