Qualquer ideia é uma boa ideia. É que muitos produtores tem feito quando alguém chega com uma proposta para uma nova série de TV. E é do cinema onde nascem vários projetos para séries de TV para o mercado streaming. Nem sempre, é claro, são ideias que dão certo como série. Dois exemplos me vêm à mente de dois filmes de ficção que viraram cult ao longo dos anos.

O primeiro é Um Século em 43 Minutos, dirigido por Nicholas Meyer em 1979. A história leva o público a conhecer o escritor H.G. Wells (Malcolm McDowell) no dia em que ele revela que construiu a máquina para viajar no tempo. O que ele não sabia é que entre seus convidados para o jantar daquela noite, disfarçado de médico da Corte Britânica, nada menos que Jack – O Estripador (Jack WEarner), que rouba a máquina no tempo para escapar da polícia e viaja para a América de 1979.

O filme é divertido e muito criativo, com uma solução muito eficiente para a perseguição temporal entre Well e Jack. Em 2011, o roteirista e Produtor Kevin Wi8llianson, criador de Dawson’s Creek e Diário do Vampiro, produziu a série baseada no filme Time After Time. O mesmo conceito relacionado a Wells perseguir Jack o Estripador, agora no século 21. Mas a ideia da série, passava longe do original, incluindo uma organização para monitoras viajantes do tempo. Não funcionou e a série foi tirada do ar com nove episódios.

O segundo exemplo é do filme Alta Frequência, estrelada por Dennis Quaid e Jim Caviezel. Eles são pai e filho que se comunicam por um radioamador durante uma estranha aurora boreal que surge sobre São Francisco. O detalhe é que Dennis, bombeiro de profissão, morreu há trinta anos, durante um incêndio. Jim, por sua vez, um detetive de homicídios, começa a se reconectar com pai que perderam décadas atrás.

O principal do filme é que essa ligação temporal vai ajudar os dois, não apenas se reconectar, como também desvendar os crimes de um assassino psicopata que vem atuando nesses anos. É uma história vibrante e de tensão constante, dois fatores que não conseguiram colocar na série lançada em 2016, por Jeremy Carver, outro renomado produtor e roteirista de TV, com séries como Supernatural, Garotos Detetives Mortos e Patrulha do Destino.

Frequency, a série, mudou o gênero do personagem de Jim Caviezel, colocando a atriz Peyton List (The Rookie) como a detetive Raimy Sullivan e o mesmo problema com o psicopata para resolver. A série durou 13 episódios.

Agora é a vez da Disney transformar um filme que não fez muito sucesso quando foi lançado em 2003, para transformá-lo numa série para o Disney+. A diferença de O Mistério dos Escavadores é que ele é baseado numa série de best sellers  escritos por Louis Sachar, escrito em 1998.

O filme conta a história de Stanley Yelnats, um garoto azarado que é enviado para um campo de detenção juvenil por um crime que não cometeu. Ele é forçado a passar os dias cavando buracos no leito de um lago seco. Aos poucos, ele vai descobrir que sua estadia no Campo Green Lake está conectada com a história de sua própria família.

A nova versão também será produzida pela Walden Media, responsável pelo filme de 2003. Mas com uma significativa mudança do gênero do personagem, como define a divulgação oficial da empresa: “Nesta releitura do adorado livro de 1998 de Louis Sachar, uma adolescente é enviada para um campo de detenção onde o implacável diretor força os campistas a cavar buracos para um propósito misterioso.”

O Mistério dos Escavadores está prevista para chegar no segundo semestre no Disney+.