Impressoras em Alta
Mercado de impressoras fecha 2020 com 2,2 milhões de equipamentos vendidos e tem previsão de alta para esse ano, mesmo com a crise gerada pelo coronavírus na saúde.
Ano passado começou bem para o mercado de impressão, com
vendas de 659.468 equipamentos nos três primeiros meses. Mas, como tantas
indústrias no Brasil e no mundo, essa também foi impactada pela pandemia de
covid-19 e já no 2º trimestre de 2020 as vendas baixaram para 386.194 máquinas.
A recuperação começou no 3º trimestre, com um salto para 562.943, e foi ainda
melhor nos últimos três meses, com vendas de 659.052, número bem parecido ao
experimentado no começo do ano. Com essa reação, 2020 fechou com 2,2 milhões de
impressoras vendidas, volume que não evitou uma queda de 6,8% em relação a
2019, mas mostrou o fôlego do setor. Os dados são da IDC Brasil, líder em
inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as
indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações.
A crise afetou diretamente a dinâmica do mercado de
impressão, por um lado trazendo impactos severos nas vendas de impressoras a
laser voltadas ao público corporativo, e, por outro, oferecendo algumas
oportunidades para impressoras à tinta e laser para o consumidor final em busca
um equipamento de apoio para o home office e para as aulas remotas, explica Rodrigo
Okayama Pereira, analista de mercado da IDC Brasil . Os números
embasam essa análise: dos 2,2 milhões de equipamentos vendidos em 2020,
exatamente a metade (1,1 milhão) foi de modelos com tanque de tinta, 743 mil
com cartucho, 376 mil a laser e 4,5 mil matriciais.
Os percentuais de vendas realizadas para o mercado
corporativo em 2020 são outros indicadores da mudança na dinâmica do setor.
Enquanto no 1º trimestre do ano o setor respondeu por 23,3% das vendas, no 2º
esse índice caiu levemente para 23%, no 3º trimestre mostrou uma pequena reação
para 25% e no 4º trimestre foi responsável por 34,9% das vendas. Movimento
contrário a IDC Brasil observou no varejo, que começou o ano com 76,7%, saltou
para 77% entre abril e junho, no terceiro trimestre chegou a responder por
74,9% e fechou o ano com 65,1% de todas as vendas de impressoras.
No caso do mercado corporativo, os dados do 3º
trimestre de 2020 refletem a queda de demanda das empresas brasileiras,
congelamento de investimentos públicos e privados e a lenta recuperação da
economia e da confiança do empresário. Mas, no 4º trimestre, quando comparado
ao mesmo período de 2019, observa-se um crescimento de 45,2%, com destaque para
o mercado de pequenas e médias empresas que, somadas representaram quase 69% do
mercado corporativo, analisa Rodrigo. Já no caso do varejo, segundo o
analista da IDC, as impressoras a laser de entrada e as tanque de tinta
mantiveram a tendência já esperada de ganhar espaço não apenas nas residências
dos consumidores, mas também nos pequenos escritórios e junto aos pequenos
empreendedores que, em muitos casos, compram seus equipamentos diretamente do
varejo.
Em 2020, a receita do mercado de impressão foi de US$ 560.2 milhões, 16,6% menor do que em 2019, queda puxada basicamente pelo dólar alto e instável e os impactos diretos e indiretos da crise do coronavirus no país.
Mercado de impressão no terceiro trimestre de 2020
De julho a setembro de 2020, foram vendidas 562.943
impressoras no Brasil, uma queda de 4,7% em relação ao mesmo período de 2019.
Desse total, 300.841 unidades foram de modelos tanque de tinta, 172.106 com
cartucho, 88.335 a laser e 1.661 matricial. A receita foi de US$ 140,9 milhões,
14% a menos do que no 3º trimestre de 2019. Segundo a IDC Brasil, neste
trimestre o mercado de impressoras, sobretudo a categoria de impressoras
laser, continuou sentindo os impactos diretos e indiretos da crise do
coronavírus. Falta de produto, dólar alto, escritórios ainda fechados ou
parcialmente utilizados, home office. Todos esses fatores refletiram
negativamente, especialmente para o mercado laser, mas, por outro lado, abriram
algumas oportunidades para impressoras à tinta, especialmente para a tecnologia
tanque de tinta. No período, o varejo vendeu 421.935 unidades,
(crescimento ano-contra-ano de 16,9%), e o mercado corporativo ficou com
141.008 máquinas (queda ano-contra-ano de 38,7%). No 3º trimestre de 2020, uma
impressora tanque de tinta custava, em média US$ 232, o preço médio do modelo
com cartucho era de US$ 128 e do modelo laser US$ 531, valores, em média, 25%
mais altos do que no 3º trimestre de 2019. Segundo o analista da IDC Brasil, o
desequilíbrio entre oferta reduzida X demanda crescente, somado ao dólar alto e
instável tiveram grande influência nessa alta de preços. Os dados são do
estudo IDC Brazil Quarterly Hardcopy Tracker Q32020.
Mercado de impressão no quarto trimestre de 2020
De outubro a dezembro de 2020 foram vendidas 345.712
impressoras tanque de tinta, 204.718 com cartucho de tinta, 107.381 a laser e
1.241 do modelo matricial, num total de 659.052 equipamentos, alta de 19,3% em
relação ao mesmo período de 2019. Olhando para o mercado de impressoras à
tinta, o resultado positivo não surpreende, especialmente pelas promoções de
Black Friday, Cyber Monday e Natal, pois apesar de os preços não terem sido tão
agressivos quanto em Black Fridays de anos anteriores, ainda assim os
fabricantes trabalharam em parceria com seus canais varejistas e criaram
ofertas atrativas para o consumidor final, disse Rodrigo Pereira,
analista de mercado da IDC Brasil. Já o mercado laser de impressoras acima de
45 ppm, segundo ele, continuou sofrendo fortes impactos da crise, porém as
impressoras de entrada com essa tecnologia voltaram a ganhar força. Quanto aos
preços, no 4º trimestre de 2020 uma impressora tanque de tinta custava, em
média US$ 226, o preço médio do modelo com cartucho era de US$ 128 e da laser
US$ 468. A receita no período foi de US$ 155.4 milhões, 17,3% a menos que no 4º
trimestre de 2019. Os dados são do estudo IDC Brazil Quarterly Hardcopy
Tracker Q42020.
Expectativas para 2021
Segundo a IDC Brasil, 2020 trouxe mudanças para o mercado de
impressoras, com fabricantes, canais e todo o ecossistema de empresas buscando
se reinventar e apostando na transformação digital para se adaptar ao novo
momento. Este ano ainda será de grandes desafios político-econômicos, mas
há sinais de retomada do mercado de impressão e a previsão é fechar 2021 com um
crescimento de 10,7% em comparação a 2020, diz o analista de mercado da
IDC Brasil.
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